quinta-feira, 30 de setembro de 2010

that was too real to ever be fake...

Quando no ano de 2007 essa garota não era nada além de frágil e tola.
Frágil e tola o suficiente pra encontrar o primeiro amor no também frágil e tolo desconhecido que lhe chamou a atenção e deu atenção.
Foi fácil de se relacionarem; Não foi fácil lidar com a distância, mas foi fácil de encontrarem o melhor de si um no outro.
Fizeram-se de porto-seguro e falavam-se todos os dias. Confidenciavam. Apaixonavam-se.
Ele falava sobre a vida pacata no interior, os amigos íntimos, os gatos...
Ela falava sobre a vida agitada na cidade, a família conturbada, o cão...
Ela encontrava paz nele. Talvez ele buscasse por paz também.
Seguiram por meses, à distância, mas bem de perto.
Planejavam o futuro, fantasiavam o dia em que fugiriam juntos, juravam amor eterno e pensavam um no outro antes de deitar a cabeça no travesseiro.
Ele a deixou. Sumiu por onze meses. Onze meses de desespero, para ela. O pior ano de sua vida. A pior das experiências.
Ela tinha pesadelos, chorava escondido dos amigos e dos pais, foi quando começou a compor músicas. Era uma fuga. Mas de noite voltava a doer quando era obrigada a deitar a cabeça no travesseiro sem ouvir aquele "eu te amo para sempre sempre sempre".
Procurou o amor em outros, obviamente não encontrou. Procurou por ele, eventualmente não encontrou.
Até que ele surge do nada, sem desculpas aceitáveis. Mas nenhuma desculpa superava aquela que ela mesma usara consigo mesmo "ele está vivo". Isso bastava.
Voltaram a amar-se. Voltaram a jurar o amor. Voltaram a planejar o futuro. Voltaram a ser perfeitos e completos.
E ele voltou a sumir. Duas, três vezes.
Ela aprendeu a conviver com a dor. Descobrira os macetes que aliviavam a angústia. Esperava ansiosamente pela volta do amado, pois sabia que ele voltaria. E ela estava sempre certa.
Até o dia em que acordou no meio da noite. Teve um insight. Percebeu que o tempo passara. Não era mais a garotinha frágil de anos atrás. Não podia mentir para si mesma, sabia que o amor não podia ser verdadeiro. Pelo menos, não da parte dele. Ela nunca o faria sofrer da forma que ele a fez tantas vezes.
Não trocaram palavras sobre isso, contudo ele entendera. Sumiu. Pela última vez.
Um dia, andando na rua, ela notou um rapaz estranho. Estranho demais para ser estranho para ela. Abordou-o, perguntou seu nome. Ele olhou nos olhos dela de uma forma que um estranho não faria, mas respondeu apenas o que perguntara, nada mais. Ela sorriu e respondeu "Foi um prazer conhecê-lo", e deixou para trás aquele desconhecido que a fez conhecer o amor verdadeiro.


"If someone said three years from now you'd be long gone, i'd stand up and punch them out cause they're all wrong. i knew better cause you said 'forever and ever'... who knew?"